Tudo começa a 17 de Fevereiro de 2010.
Na altura, 3 dias depois de ter começado o meu estágio, deu-se um dos piores acontecimentos da história da Madeira.
O temporal de 20 de Fevereiro que para os Madeirenses ganhou direito a marco histórico, “o 20 de Fevereiro”, dizem eles. O 20 de Fevereiro, digo eu. 😱
Foi uma manhã frenética.
Naquele dia soube pelos meus próprios olhos e ouvidos o que era o jornalismo “a sério” e tive a certeza que ia fazer tudo o que estivesse ao meu alcance para conseguir um emprego naquela redacção.
Ali mesmo, naquele dia 20 de Fevereiro, soube que não ia completar o mestrado em que me tinha metido na Escola Superior de Comunicação Social. Ainda acreditei levemente que fosse possível, mas depois percebi o que ia acontecer.
Percebi rapidamente que ia abdicar do relatório de estágio em prol do emprego que haveria de conseguir. Ali. Na SIC. Caramba. Ia conseguir um emprego na SIC.
E depois foi ali que me fiz homem.
Ali perdi o meu avô.
Ali saí de um namoro com feridas em carne viva.
Ali saí de casa.
Ali me apaixonei novamente quando achava que seria impossível.
Ali tive um cancro. Ali o venci. Ali perdi a minha irmã.
Ali me casei com a mulher da minha vida.
Ali fui pai. Ali.
E ali fiz amigos. Aprendi o que é a televisão. O que é o jornalismo.
Depois veio o desporto e a produção de programas. E por fim, as redes sociais pelas quais me apaixonei.
É agora tempo de dizer Obrigado. A todos. Por tudo.
Vou feliz. Levo-vos no ❤️. Se levo.
Não digo adeus, digo adeus e até já. Continuarei a ler-vos e a ver-vos!
Vocês são a informação em Portugal! Vocês. Para mim são vocês e só vocês.
Terei sempre as memórias e o bicho do jornalismo que se esconde por baixo da pele para não nos deixar pensar diferente para o resto da vida.
Com o jornalismo percebi o mundo. Pelas vozes de jornalistas que se foram tornando amigos, colegas, companheiros, camaradas.
Agora é tempo de “virar a página” de forma literal. De virar a folha para continuar a escrever a minha história que já conta com muita coisa para contar.
Não vos quero maçar. Afinal de contas saio por vontade própria, para procurar melhor, para viver mais e ser mais. Não preciso de sorte. Preciso apenas de ser feliz e de trabalhar para ser melhor. Sempre. Uma vez mais, obrigado à SIC e ao Expresso.
À Impresa. Obrigado. De coração.
Tenho a certeza que o melhor ainda está para ver.